Os aulidos no Antropoceno: comunicação vocal do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) na presença de ru

Sinais acústicos estão sob constante interação com o meio e a exposição a ruídos crônicos exige ajustes estruturais para garantir a eficácia da comunicação. A conservação de espécies sonoras, i.e., que dependem do canal acústico para a comunicação, envolve a caracterização e a proteção de paisagens acústicas naturais. Para se alimentar de forma energeticamente eficaz em um ambiente de presas pequenas o lobo-guará depende da manutenção de territórios individuais não compartilhados de caça que marca e defende através de sinais químicos (latrinas) e de sinais vocais de longa distância (aulido). Sabendo do papel do aulido para o sucesso reprodutivo do lobo e da sua existência em áreas bastante antropizadas, testaremos a hipótese de que a espécie é capaz de ajustar-se a ambientes ruidosos. O trabalho será conduzido na Estação Ecológica de Itirapina (EEI), em Itirapina, SP. Serão identificadas áreas de maior e menor nível de ruído que serão monitoradas com sistema automatizado de gravação. Buscamos a caracterização dos aulidos em uma paisagem acústica antropizada,e a descrição da paisagem acústica de vertebrados noturnos da EEI e que estimule a formação de uma ampla rede de divulgação científica de paisagens acústicas em meios natural e urbano com aplicação na preservação das espécies sonoras.