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Projetos de Pesquisa
Aline
Descrição do repertório acústico e comportamento de nidificação maternal em populações de quatis Nasua nasua que vivem em parques urbanos brasileiros

Por: Aline Gasco

Os quatis Nasua nasua são animais inteligentes e altamente sociais que vivem em grupos matrilineares de fêmeas adultas e indivíduos imaturos. No Brasil, os quatis são ainda pouco investigados no aspecto comportamental e comunicativo, principalmente porque há uma enorme falta de financiamento para apoiar as pesquisas de longo prazo. A descrição do seu repertório acústico é o primeiro passo para compreender suas capacidades comunicativas, e este projeto fornece os primeiros insights sobre sua natureza altamente sociável. O meu doutorado consiste na descrição do repertório acústico os quatis à partir de populações que vivem em parques urbanos brasileiros e no estudo do comportamento de nidificação das fêmeas para o nascimento de filhotes.

Padrões ecológicos e comportamentais de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) de vida livre do campus da USP de Ribeirão Preto, SP
Ana Maria

Por: Ana Maria Nievas

As capivaras apresentam alta capacidade reprodutiva e alimentação generalista, características que aliadas à ausência de predadores naturais tornam a espécie extremamente adaptada a viver em áreas antropogênicas. As preocupações que permeiam a elevada expansão espacial e numérica da espécie têm tornado imprescindível o monitoramento de populações presentes em áreas públicas, com intuito de compreender sua dinâmica espaço-temporal, padrões ecológicos e comportamentais. Buscamos monitorar a população de capivaras presente no campus da USP de Ribeirão Preto, através de Sistema de Posicionamento Global (GPS) e observação direta, ao longo de três anos consecutivos, abrangendo repetidas estações sazonais. Esse e outros projetos paralelos, de monitoramento em outros campi, fazem parte do projeto temático da Fapesp “Capivaras, carrapatos e febre maculosa”, para a tomada de decisões acerca de ações de manejo.

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Adriana
Comunicação e redes sociais em capivaras (Hydrochoerus hydrachaeris)

Por: Adriana Sicuto de Oliveira Ueno

As capivaras são os maiores roedores existentes e têm grande importância econômica pelo consumo de sua carne, no controle de zoonoses e também em conflitos animal-humano devido à sua fácil adaptação a ambientes urbanos. Assim, trata-se de um grupo que precisa ser bastante conhecido a fim de que se possa adotar as melhores medidas para preservação da espécie simultaneamente ao controle da febre maculosa, ao manejo urbano e à atividade agropecuária. Neste projeto estudamos as redes sociais formadas dentro da comunidade de capivaras, bem como as diferentes vocalizações utilizadas para comunicação entre elas, cujos contextos são investigados e aplicados às relações de comportamento social identificadas. Pretendemos assim fornecer conhecimento científico pertinente às diferentes estratégias de manejo que se mostram necessárias para essa espécie, seja em zoológicos, ambientes urbanos ou em unidades de atividade agropecuária autorizadas.

Ficar perto de quem? A influência da posição hierárquica e da natureza do recurso sobre a estrutura de redes sociais em um grupo de capivaras

Por: Camila Denóbile

Mesmo que a vida em grupo imponha competição por recursos, ela é essencial à sobrevivência dos indivíduos e, neste cenário, a proximidade espacial entre os animais pode ser considerada um mecanismo vital importante, que varia de acordo com a situação e a atividade. A variação na distribuição espacial dos indivíduos, embora tenha sido notada, em capivaras, não foi ainda traduzida em índices de associação. E, na falta desses índices, também não foi possível ainda compará-los levando-se em conta os postos hierárquicos e os diferentes recursos que são alvo de disputa. O presente projeto se apresenta, então, a fim de compreender a dinâmica da estrutura social de capivaras a partir da análise de redes de interações durante a alimentação, contraposta com momentos de descanso e locomoção, durante os quais o recurso de disputa é a proximidade espacial com animais potencialmente protetores.

Camila
Paula
Seleção de parceiros em roedores caviomorfos: uma decisão multi-sensorial?

Por: Paula Verzola Olivio

Fêmeas e machos adotam estratégias reprodutivas diferentes. Enquanto para os machos o aumento em sua aptidão é buscado através do aumento do número de cópulas por estação reprodutiva, esta prática nada agrega ao sucesso reprodutivo das fêmeas. O aumento na aptidão da fêmea vem com a escolha que, se bem feita, irá conferir benefícios diretos (materiais) ou indiretos (genéticos) a ela e/ou sua prole. Em cobaias (Cavia porcellus), essa escolha deve ser feita quando o macho se exibe para ela usando pelos menos dois canais de comunicação: visual e acústico. O que a fêmea leva em conta na hora da exibição do macho, para fazer sua escolha? Os sinais visuais, acústicos e químicos se complementam ou são redundantes, como sugerem as teorias atuais da comunicação multi-modal? Acreditamos que as fêmeas prefiram machos com maiores níveis de testosterona e padrão genético diferente do dela e que os machos dão pistas destas características através de um sistema multimodal de comunicação exibido durante a corte. A prole provavelmente herda o mesmo sistema de escolha de parceiros da geração parental, seguindo a teoria do processo de evolução desenfreada (runaway process) de características reprodutivas proposto por Fisher em 1930.

Estrutura social e sinalização acústica de alarme em três espécies de ratos-de-espinho (Rodentia: Echimyidae)

Por: Lais Mendes Ruiz Cantano

Até que ponto os sistemas sociais dos mamíferos são, como se tem visto em primatas, flexíveis e adaptáveis aos ambientes ecológicos atuais? Rodentia constitui a maior irradiação de Mammalia e, dentre eles, os ratos-de-espinho são o grupo predominante das florestas Neotropicais. A expressiva diversidade de espécies vivendo sob diferentes regimes seletivos torna esses roedores um modelo interessante para estudos socioecológicos. Partimos de três espécies, duas do gênero Trinomys, uma de Mata Atlântica (T. s. denigratus) e outra da Caatinga (T. yonenagae), e Clyomys bishopi, clado-irmão de Trinomys, habitante do Cerrado, que compartilha com T. yonenagae os hábitos social e subterrâneo. Caracterizaremos a estrutura social (ES) dessas espécies em cativeiro, e o efeito de variáveis ecológicas sobre ES.  Adicionalmente, investigaremos o uso do chamado de alarme como mecanismo cooperativo de defesa ou de seleção de parentes. Esperamos enriquecer a compreensão sobre a evolução da socialidade e discutir as vantagens adaptativas que levaram as espécies semi-fossoriais à adoção da vida social concorrente com a subterrânea, em oposição a história de vida dos demais roedores.

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Lais
Lilian
Vida social e acústica das duas espécies conhecidas de Clyomys (Rodentia: Echimyidae), com contribuições taxonômicas e da biologia reprodutiva das espécies

Por: Lilian Cristina Luchesi

A vida em grupo traz vantagens evolutivas individuais, mas também impõe custos. Dentre as 250 espécies de roedores que usam túneis subterrâneos, poucas foram apontadas como tendo hábitos sociais. Ainda assim, a categorização da socialidade é generalista e baseada em pistas indiretas dificultando estudos comparativos evolutivos. Ademais, há pouca informação sobre a biologia e o comportamento das espécies, principalmente em relação aos roedores neotropicais. Dois modelos interessantes surgem entre os ratos de espinho fossoriais do Novo Mundo: Clyomys sp e Trinomys yonenagae. Propõe-se levantar e descrever comparativamente a estrutura social de Clyomys (organização e distribuição espacial individual) de populações de vida livre, em áreas com diferenças ecológicas (como risco de predação e densidade demográfica), padrões espaciais e reprodutivos. Os resultados irão fomentar a discussão acerca da evolução da socialidade em roedores subterrâneos, contribuir para a resolução do status taxonômico de Clyomys e oferecer a descrição da biologia reprodutiva dessas espécies ainda desconhecidas, mas tão próximas das áreas ocupadas pelo homem.

Bruna Campos
O Efeito Lombard é uma alternativa para a preservação dos processos de comunicação à longa distancia do lobo-guará em áreas ruidosas?

Por: Bruna Campos Paula

Sinais acústicos estão sob constante interação com o meio e a exposição a ruídos crônicos exige ajustes estruturais para garantir a eficácia da comunicação. A conservação de espécies sonoras, i.e., que dependem do canal acústico para a comunicação, envolve a caracterização e a proteção de paisagens acústicas naturais. Para se alimentar de forma energeticamente eficaz em um ambiente de presas pequenas o lobo-guará depende da manutenção de territórios individuais não compartilhados de caça que marca e defende através de sinais químicos (latrinas) e de sinais vocais de longa distância (aulido). Sabendo do papel do aulido para o sucesso reprodutivo do lobo e da sua existência em áreas bastante antropizadas, testaremos a hipótese de que a espécie é capaz de ajustar-se a ambientes ruidosos. O trabalho será conduzido na Estação Ecológica de Itirapina (EEI), em Itirapina, SP. Serão identificadas áreas de maior e menor nível de ruído que serão monitoradas com sistema automatizado de gravação sonora.  Espera-se obter a caracterização dos aulidos em uma paisagem acústica antropizada, e a descrição da paisagem acústica de vertebrados noturnos da EEI e que estimule a formação de uma ampla rede de divulgação científica de paisagens acústicas em meios natural e urbano com aplicação na preservação das espécies sonoras.

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Bruna Lima
Melina
Aplicação de um sistema de economia de fichas em jogos cooperativos: uma alternativa experimental? 

Por: Aline melina Vaz e Roberta Naegeli

Uma forma de investigar o comportamento cooperativo humano é através de jogos de simulação experimental como o Dilema dos Bens Públicos. O jogo prevê que quanto maior a cooperação, maior o ganho coletivo ao final do jogo. Numa situação de jogo, o tamanho do grupo de participantes é uma variável importante a ser considerada, entretanto, não está claro o papel dos reforçadores sobre o comportamento cooperativo. Pesquisas como esta são importantes para que possamos aumentar nossa compreensão sobre o fenômeno da cooperação, identificando as variáveis que nos levam ora para comportamentos cooperativos em algumas situações, ora para comportamentos mais individualistas em outras.  O presente trabalho pretende investigar o efeito da aplicação do sistema de economia de fichas (que possibilita o acesso a uma variedade de reforçadores) no comportamento de cooperar em crianças submetidas a situação de jogo cooperativo.

Reconhecimento automatizado de aulido do lobo-guara em gravações: é possivel discriminar a nivel individual?

Por: Bruna Lima

A possibilidade de identificação de espécies por meio de seus sinais acústicos de comunicação passou a ser aproveitada como ferramenta no monitoramento de populações selvagens para fins de conservação. Isso é feito através de sistemas de monitoramento acústico passivo (SMAP), i.e, gravadores de áudio fixados em arvores e programados para registrar janelas acústicas a intervalos determinados ao longo do ano. Dois SMAPs foram comparativamente testados no monitoramento de lobos-guarás da Serra da Canastra através da gravação passiva e da identificação automatizada de seus aulidos. O nível de acurácia, contudo, não ultrapassou os 30%. Nesse projeto, testaremos um SMAP alternativo na identificação automatizada de aulidos. Testaremos ainda a possibilidade de, com um esforço maior, alcançar o nível de distinção individual dos aulidos, o que abriria a possibilidade de se acessar informações sobre o tamanho, a composição e a dinâmica dos grupos sociais com um mínimo esforço. 

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Mayra
Crenças na imutabilidade dos comportamentos humanos podem ser alteradas a partir de intervenções? Um estudo comparativo

Por: Mayra Antonelli Ponti

Perceber os comportamentos humanos, próprios, de outras pessoas ou grupos, como imutáveis e inevitáveis constitui em crenças deterministas sobre o comportamento, as quais podem se basear na influência da genética ou do ambiente social como determinantes. Tais crenças podem influenciar a forma como as pessoas reagem umas às outras. No ambiente educacional, crenças de que o comportamento seja determinado geneticamente podem levar à falta de motivação, por parte do professor, para investir no aperfeiçoamento do aluno, ocasionando menor quantidade de estímulos. Este projeto tem como objetivo testar formas de modificar tais crenças, ainda existentes na população, comparando a eficácia de dois programas de intervenção sobre as crenças deterministas de professores de todos os níveis de atuação sobre o desenvolvimento dos alunos. Seus resultados trarão conhecimento sobre as crenças da amostra investigada e, se eficientes, as intervenções poderão ser úteis para projetos futuros, cursos de formação de professores ou criação de políticas públicas. 

Debora
Efeito da sazonalidade do ambiente sobre o comportamento social de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) de vida-livre 

Por: Débora Bacchim Augusti

As capivaras são herbívoros que dependem de um habitat com a presença de um corpo d’água e mata em terra seca para sobreviverem. São animais extremamente sociáveis e apresentam sistema hierárquico dentro dos agrupamentos, incluindo um macho dominante que mantém sua posição por meio de interações agonísticas, como mordidas. As fêmeas apresentam comportamento aloparental de filhotes, quando cuidam, defendem e amamentam filhotes de outras fêmeas. As populações de capivaras são fortemente influenciadas pelas variáveis ambientais, como as condições climáticas e a disponibilidade de recursos que alteram o tamanho dos grupos sociais, sua densidade ecológica e padrão de forrageio. O projeto visa avaliar o efeito da sazonalidade do ambiente (estações seca/fria e quente/chuvosa) sobre o tamanho do grupo de vida livre do campus da USP de Ribeirão Preto e sua frequência de comportamentos sociais importantes para a manutenção do grupo, como confrontos agonísticos, relações afiliativas e cuidado da prole através da análise de vídeos realizados por armadilha fotográfica. 

Âncora 1
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